Recrutar quadro técnicos e operacionais… O atual desafio do recrutamento!

Rejuvenescer quadros é cada vez mais uma necessidade das empresas e muito se tem falado acerca da atração e retenção de novos quadros superiores e das características das novas gerações.  No entanto, quando se fala em processos de rejuvenescimento de quadros, esquecemo-nos dos quadros técnicos/operacionais que nos últimos anos tiveram uma menor rotação, resultando num envelhecimento gradual das empresas, também devido ao menor investimento.

A grande dificuldade é acompanhar estes processos com qualidade em Portugal. De salientar que a escolaridade obrigatória se encontra atualmente definida para os 12 anos, pelo que após os nove anos de escolaridade, muitos jovens podem preferir optar por uma via mais profissional em vez de enveredarem pelo ensino secundário geral. No entanto, esta opção é percecionada como um futuro mais precário e uma menor possibilidade de desenvolver uma carreira crescente e de sucesso, pelo que poucos são os jovens a optar por esta via de ensino. Desta forma, começam a ser escassos os perfis para fazer face a todas as necessidades existentes. De facto, hoje, estamos a passar por uma fase de difícil recrutamento para os perfis mais operacionais.

Por isso mesmo, atualmente, quase muitas das empresas solicitam apoio na hora de recrutar os chamados perfis operacionais não só para avaliação destes perfis, mas mais pela dificuldade de atração. A exigência quanto ao perfil de um candidato a uma posição de quadro técnico/operacional, também aumentou acompanhando a tendência dos quadros superiores. Para além da comum avaliação psicomotora e de potencial cognitivo, que continua a ser fundamental para clarificar a adequada capacidade de o futuro colaborador corresponder com sucesso às exigências da função a que se candidata, a componente comportamental assumiu uma importância relevante. Assim, atualmente, para além de ser necessário garantir que os candidatos possuem uma formação técnica ajustada e um perfil de aptidões adequado, é necessário também avaliar a sua capacidade para adquirir uma visão global do negócio, conseguir tomar decisões de forma estratégica, resolver problemas de forma criativa e desafiar o status quo existente, visando o máximo resultado da sua equipa e empresa nunca descurando os objetivos propostos e os valores existentes.

Do lado do candidato, observamos que o próprio se mostra, também, mais exigente. Com o aumento da oferta e da mobilidade entre nações e posições, estes candidatos são mais exigentes quanto ao às condições salarias, privilegiando não só o desafio técnico que a empresa poderá proporcionar como o prestígio da mesma.

Em síntese, é difícil conseguir fazer face ao envelhecimento tão acelerado das estruturas empresarias que necessitam de um elevado número de quadros técnicos/operacionais a contribuir para o sucesso do seu negócio, bem como conseguir conciliar formações especializadas com perfis, mais analíticos e focados na resolução de problemas e obtenção de resultados. Nesse sentido, é fundamental apostar no desenvolvimento e na retenção destes quadros, apostando na formação das equipas, na gestão das carreiras e na valorização profissional.

 

Rita Branco

Human2Human

Associate Diretor